Florisbela e seus dois pretendentes

Uma das minhas primeiras experiências escrevendo texto para teatro.
Não é fácil. Quem ama um bom texto de teatro e acredita que ele deva ser tratado com extremo respeito, sente-se duplamente cobrado ao tentar escrever um deles. Não sei se meus textos são bons ou ruins, sei que detesto começar a escrever pelo medo que tenho e adoro terminar de escrever por ver o resultado.

Esse é um recorte do texto "Florisbela e seus dois pretendentes", umas das mini-peças da coleção "As histórias de Florisbela", textos curtos que misturam teatro e poesia.

Florisbela – (encantada) Ai, ai, ai. Eles soam tão bonitos na sua voz. Você pode nem conhecer poesia mas tem ela dentro de você.
Tico – (envergonhado) Quê isso...
Dimas – Sim, mas você não pode achar que ele seja capaz de...
Florisbela – (interrompendo) Tico, você nunca tentou fazer poesia?
Tico – Tentei não. Mas acho que não consigo, sei lá, pelo que entendi desse negócio aí, e o que ta escrito aqui nesses livros, essa tal de poesia é como olhar à volta com um olhar belo de quem vive o dia e a vida, sentir o vento e perceber o perfume doce de liberdade que ele trás consigo, é como ver beleza em tudo o que encontra, no sol, no dia, em uma flor amarela ou ainda, na doce Florisbela. (entrega-lhe a flor que trazia em sua lapela) Tem que ser culto para conseguir fazer essa tal de poesia.
Florisbela – (suspira) Ai, ai, ai, que encantador. Tico, você sim é um poeta de verdade. Quer dar uma volta comigo? O dia ficou tão lindo hoje. (saem)

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